Sociedade

Bebé da grávida que morreu no Amadora-Sintra não sobreviveu

Mário Vasa (arquivo)

A recém-nascida estava em situação crítica e não resistiu

A bebé que nasceu de uma cesariana de emergência no Hospital Amadora-Sintra morreu esta manhã, um dia depois da morte da mãe, que deu entrada na unidade em paragem cardiorrespiratória. A informação foi avançada pela SIC Notícias e confirmada pela TSF. A recém-nascida estava em situação crítica, não resistiu e morreu nas últimas horas.

À agência Lusa, fonte oficial da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra adianta que o óbito ocorreu cerca das 07h00 deste sábado, devido ao "estado clínico em que se encontrava".

A instituição "lamenta profundamente" a morte da bebé de mãe, de 36 anos, endereça as condolências à família, acrescentou.

Na sexta-feira, dia em que a grávida de 38 semanas, natural da Guiné-Bissau, morreu, o diretor do serviço de urgência obstétrica e ginecológica do hospital Amadora-Sintra, Diogo Bruno, explicou que a mulher estava em paragem cardiorrespiratória quando deu entrada no hospital, tendo sido imediatamente socorrida com todos os procedimentos previstos.

"Portanto, a atitude que foi tomada foi suporte avançado de vida e extração do bebé assim que possível e foi super rápido", afirmou Diogo Bruno, acrescentando que a bebé estava internada com "prognóstico reservado" nos cuidados intensivos neonatais.

A ULS Amadora-Sintra referiu que a grávida de 38 semanas foi na quarta-feira ao hospital Amadora-Sintra "assintomática" para uma consulta de rotina, durante a qual foi identificada com hipertensão ligeira.

A grávida de 36 anos, segundo o especialista, "foi apenas por extra cuidado enviada à urgência", onde foi despistada pré-eclâmpsia, uma das complicações da gravidez, e teve alta com indicação para internamento às 39 semanas de gestação.

"Foram feitos vários exames, descartaram-se complicações importantes da gravidez que determinassem atitudes diferentes e ela foi enviada para casa, obviamente, com ensino dos sinais de alarme para recorrer novamente ao serviço de urgência e procurar cuidado médico", contou.

Segundo o diretor, a grávida, natural da Guiné-Bissau, tinha chegado recentemente a Portugal e foi referenciada para a consulta de especialidade de obstetrícia com uma gravidez de termo precoce.

"O seguimento da gravidez não foi o seguimento ideal. Tinha, efetivamente, uma história não bem esclarecida de hipertensão, mas, efetivamente, na consulta que teve, o nível de tensão era ligeiramente elevado", reiterou.

Diogo Bruno referiu que o Conselho de Administração determinou a abertura de um inquérito interno para apurar todos os contextos deste caso, "sendo certo que depois hão de haver desfechos desse inquérito".

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) também determinou a instauração de um processo de inquérito para avaliar a assistência prestada à grávida, assim como a Entidade Reguladora da Saúde que anunciou a abertura de um processo de avaliação com o mesmo objetivo.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, lamentou o caso, mas recusou demitir-se: "Não, não me demito", afirmou, no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), após ser questionada pela deputada do Chega Marta Silva.

TSF/Lusa