Política

Ricardo Leão reafirma aposta na habitação e promete "intransigência para construção de barracas" em Loures

Rui Ribeiro/Global Imagens (arquivo)

O autarca socialista anunciou a duplicação do programa municipal de apoio à classe média e aos jovens no pagamento da renda e da prestação bancária, que passará de um para dois milhões de euros

O presidente reeleito da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), prometeu esta segunda-feira "coragem e defesa intransigente do concelho", assegurando que a habitação continuará a ser uma prioridade, com mais investimento, rigor e justiça social.

"A política, para mim, não é um campo de confronto permanente. É, sim, um espaço de diálogo e construção coletiva. É com esse espírito que quero continuar a governar, com abertura, com escuta, com respeito pela diferença, mas sempre, e sempre com coragem para decidir", afirmou Ricardo Leão, durante a cerimónia de tomada de posse dos eleitos para a Assembleia e Câmara Municipal.

Na presença do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, o autarca socialista, reeleito, com maioria absoluta, afirmou que a área da habitação, que suscitou polémica durante o anterior mandato, será uma das prioridades, mas com "intransigência para ocupações ilegais e construção de barracas".

"Que fique claro para todos. Não pactuamos e nem vamos pactuar com ocupações ilegais e negócios de subarrendamento dos fogos municipais. Continuaremos intransigentes em não permitir a construção de novas barracas no nosso concelho", assegurou.

No entanto, o autarca socialista referiu que o município vai continuar a construir habitação social para responder às listas de espera, mas também casas destinada à classe média e aos jovens do concelho, através de parcerias com privados e cooperativas.

Nesse sentido, Ricardo Leão anunciou a duplicação do programa municipal de apoio à classe média e aos jovens no pagamento da renda e da prestação bancária, que passará de um para dois milhões de euros.

"São cerca de 800 famílias que já beneficiam deste apoio e, fica aqui o meu compromisso, durante este mandato, iremos duplicar este apoio para dois milhões de euros, de forma a apoiarmos 1500 famílias da nossa classe média e os jovens do nosso concelho", apontou.

O autarca destacou também que, durante o mandato anterior, foram legalizados cerca de dois mil fogos em áreas urbanas ilegais e prometeu manter o esforço de regularização.

Na área da segurança, Ricardo Leão adiantou que o município lançará brevemente o concurso público para a instalação de 240 câmaras de videovigilância, em várias zonas do concelho, num investimento de mais de cinco milhões de euros.

"Esta maioria absoluta em nada muda à minha postura. Continuarei a analisar e a votar as propostas da oposição, não em função de quem as propõe, mas sim em função do que pode ou não significar para o bem-estar da qualidade da nossa população. As pessoas estão à frente de qualquer tipo de tática política ou estratégia eleitoral", concluiu.

Ricardo Leão foi reeleito para um segundo mandato, após vencer com a maioria absoluta as eleições autárquicas de 12 de outubro no concelho de Loures (distrito de Lisboa), obtendo 43,83% dos votos e elegendo seis vereadores.

O segundo partido mais votado foi o Chega, que obteve 20,67% dos votos (dois eleitos), seguindo-se a coligação PSD/CDS-PP, com 14,86% (dois eleitos) e a CDU (PCP/PEV), com 10,97% (um eleito).

Há cerca de um ano Ricardo Leão esteve envolvido em polémica ao defender o despejo "sem dó nem piedade", de inquilinos de habitações municipais que participaram nos distúrbios ocorridos na Área Metropolitana de Lisboa, em outubro de 2024.

Este episódio levou a que vários militantes do PS, incluindo o ex-primeiro-ministro António Costa, criticassem o seu posicionamento político.

Na sequência destas críticas, o autarca socialista demitiu-se da liderança da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS.

Mais recentemente, Ricardo Leão voltou a estar sob os holofotes mediáticos devido às demolições de construções precárias no Bairro do Talude.

Lusa