Sociedade

"Quanto maior for o ataque, maior será a resposta." CGTP espera grande manifestação contra pacote laboral do Governo

Tiago Oliveira (ao centro), secretário-geral da CGTP Paulo Novais/Lusa

Em declarações à TSF, Tiago Oliveira carateriza as mexidas na lei do trabalho que o Executivo de Luís Montenegro quer fazer como um "profundo retrocesso". E não antecipa, para já, se haverá a convocação de uma greve geral para dezembro, mas confirma contactos com a UGT

A poucas horas da marcha deste sábado em Lisboa, contra as mexidas nas leis do trabalho, o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, considera, em declarações à TSF, completamente normal que haja contactos com a UGT para uma resposta à altura da proposta do Governo, nomeadamente uma greve geral, noticiada pelo Público. A partir das 14h30 deste sábado, a CGTP organiza uma marcha de protesto que vai juntar trabalhadores dos sectores público e privado na capital portuguesa.

Entrevistado pela TSF, Tiago Oliveira espera uma grande manifestação e fala em "centenas de autocarros que estão a sair dos mais diversos pontos do país". A expectativa reside em "dezenas de milhares de trabalhadores na rua" a exigir o fim do pacote laboral que o Governo "está aí a tentar construir" e que representa um "profundo retrocesso". E exige ao Executivo que olhe para a "maioria" e não para "a minoria que já tem muito à custa da exploração".

O sindicalista resume a proposta do Governo da seguinte forma: é o "alargamento e a normalização da precariedade". Entre a "facilitação dos despedimentos" e "o ataque ao direito à greve", nada se aproveita dali, acredita. E expõe um exemplo do "que aí vem": "O impedimento dos sindicatos de entrarem nas empresas para organizar e discutir com os trabalhadores. Os sindicatos [que queiram entrar] nas empresas onde não haja trabalhadores sindicalizados conhecidos têm de pedir autorização aos patrões para conseguirem entrar e informar" quem lá está.

E, perante "a dimensão deste ataque", o secretário-geral da CGTP defende que os trabalhadores e os sindicatos devem unir-se através do "espírito de combatividade". "Se o Governo não recua nesta ofensiva, quanto maior for o ataque, maior será a resposta e a elevação do patamar de luta", reitera Tiago Oliveira, sem antecipar se haverá uma greve geral em dezembro.

A última greve geral aconteceu em 2013, no tempo da troika. E, se o Governo mantiver a proposta que está em cima da mesa para alterar a lei laboral, a CGTP e a UGT podem unir-se de novo, 12 anos depois.

Este sábado, a partir das 14h30, os trabalhadores do público e do privado concentram-se nas Amoreiras e no Saldanha, em Lisboa. Encontram-se depois no Marquês de Pombal e seguem juntos até aos Restauradores.

Paula Dias