Sociedade

CGTP e UGT anunciam greve geral para 11 de dezembro

António Cotrim/Lusa

O secretário-geral da CGTP disse que "foi possível a convergência para uma greve geral no próximo dia 11 de dezembro". O Expresso adiantou que a UGT também se irá unir

O secretário-geral da CGTP anunciou este sábado uma greve geral para 11 de dezembro, no final da marcha nacional contra o pacote laboral, em Lisboa.

"Anunciamos a realização da greve geral contra o pacote laboral", disse o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, num discurso nos Restauradores, em Lisboa, no final de uma marcha contra o pacote laboral.

Tiago Oliveira disse que "com posição já tomada ou em processo final de decisão por muitas estruturas sindicais, foi possível estabelecer a convergência para uma greve geral no próximo dia 11 de dezembro".

Apesar de não ter mencionado outras estruturas sindicais, foi noticiado esta sexta-feira pelo Expresso que a UGT também se iria unir a esta greve geral.

O secretário-geral da CGTP afirmou que "quanto maior o ataque, maior será a resposta dos trabalhadores", apontando que hoje foi realizada "uma grande marcha nacional contra o pacote laboral, mas a luta não vai parar".

Tiago Oliveira classificou este pacote laboral como "um dos maiores ataques já feito aos trabalhadores", reiterando que "é um chorrilho de alterações a legislação do trabalho que, se passassem, seria um verdadeiro retrocesso na vida de todos".

"São mais de 100 as matérias que este Governo quer rever da legislação laboral e vão todas no sentido de desiquilibrar as relações de trabalho a favor dos patrões", disse.

"O ataque é brutal, vamos à greve geral", começaram a entoar os trabalhadores que assistiam ao discurso, após ter sido revelada uma faixa a anunciar a paralisação de 24 horas.

A marcha realizada este sábado teve início com duas concentrações no Saldanha e nas Amoreiras que se juntaram no Marquês de Pombal, tendo depois milhares de participantes descido a Avenida da Liberdade até aos Restauradores, onde Tiago Oliveira discursou.

O anteprojeto do Governo para revisão da legislação laboral, que está a ser debatido com os parceiros sociais, prevê a revisão de "mais de uma centena" de artigos do Código de Trabalho.

As alterações previstas na proposta - designada "Trabalho XXI" e que o Governo apresentou em 24 de julho como uma revisão "profunda" da legislação laboral - visam desde a área da parentalidade (com alterações nas licenças parentais, amamentação e luto gestacional) ao trabalho flexível, formação nas empresas ou período experimental dos contratos de trabalho, prevendo ainda um alargamento dos setores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve.

Lusa