Economia

Chuva "batiza" arranque da COP 30 em Belém

Inundação dentro do recinto da COP30 no dia da inauguração DR video amador

A água chegou a escorrer para dentro de alguns pavilhões, onde estavam a decorrer eventos, e alagou o corredor que liga os pavilhões dos países ao espaço de refeições

A primeira forte chuvada caiu sem parar durante 20 minutos, pouco depois das 15h00, mas o temporal prolongou-se até ao início da noite, acompanhado de ventos e trovada forte, deixando alagadas várias ruas da cidade e algumas áreas do Parque da Cidade, onde decorre a COP30.

A chuvada, que surpreendeu visitantes e participantes no primeiro dia da cimeira do Clima da ONU, caiu em abundância e escorreu para dentro de alguns pavilhões, onde estavam a decorrer eventos e alagou o corredor que liga os pavilhões dos países ao espaço de refeições.

Quem faz a viagem nos autocarros das linhas grátis criadas para o evento assistiu a paragens mais demoradas do que o habitual e a comentários de passageiros como: "Em Belém se marcam encontros antes e depois da chuva de novembro a março."

O alagamento de áreas exteriores no local de realização da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 foi visível nas imediações, como na Avenida Júlio César, um dos principais acessos à Blue Zone.

A acumulação de água cobriu passeios e obrigou alguns participantes do evento a tirar os sapatos e a seguir caminho com eles nas mãos, outros preferiram contornar a água e caminhar pela pista que acompanha as paragens no terminal de autocarros, alguns para evitar molhar o fato completo exigido nas negociações oficiais.

O trânsito aumentou consideravelmente desde a última sexta-feira e com a chuva ficou pior.

Os engarrafamentos afetaram até a linha circular do autocarro, que dá volta ao recinto do Parque da Cidade.

Os veículos, que partem da chamada Blue Zone em direção a Green Zone, demoraram uma hora a fazer este percurso de bairro, quando normalmente demoram apenas alguns minutos.

A cidade não tem um plano de emergência de cheias. No entanto, existe um Plano de Mobilização de Riscos por ser um município que possui áreas de risco de inundação e erosão, que estão a ser mapeadas num estudo coordenado pela Universidade Federal Rural da Amazónia que foi apresentado em junho de 2025.

Terá sido essa investigação que originou o Plano Municipal realizado pelo Ministério das Cidades, que há seis meses foi divulgado por vários órgãos de comunicação social locais, identificando riscos de inundação e erosão em 400 locais. Propondo soluções integradas com participação popular.

Esse plano é identificado pelas autoridades locais como um instrumento de planeamento e ordenamento territorial, além de apontar áreas prioritárias para intervenções.

O levantamento real e feito até ao momento terá identificado 389 áreas com riscos de inundação e erosão, com 301 suscetíveis a inundações por proximidade com bacias hidrográficas, segundo a prefeitura.

A maior altitude da cidade é apenas de 14 metros acima do nível da água do mar, o que a torna vulnerável a inundações e a sua baixa altitude já conta com um histórico de problemas recorrentes, como inundações e erosão costeira.

Ana Maria Ramos