Nuno Montenegro, subdirector da Faculdade de Medicina do Porto, explica que estes médicos estão creditados pelo Estado português para trabalhar nos Centros de Saúde.
O especialista defende que não há razão para desconfiar da formação dos 42 médicos colombianos contratados para 18 Centros de Saúde portugueses, nomeadamente, para a região de Lisboa e Vale do Tejo e para o Algarve.
O subdirector da Faculdade de Medicina do Porto entende que, apesar de esta não ser a contratação ideal, há que aceitar os médicos estrangeiros, pois o que se pretende é resolver o problema das «populações que não têm assistência aos cuidados primários».
Nuno Montenegro encara esta contratação como «uma solução», que visa o recrutamento de «recursos humanos que são por definição qualificados, uma vez que foram instituições do ensino superior do Estado português que credenciaram e que deram equivalência às suas licenciaturas». «O mundo é global, e, para mim, é indiferente se vêm da Colômbia», acrescentou.
O dirigente da Faculdade de Medicina do Porto considera que, em breve prazo, Portugal vai ter excesso de clínicos. «Estão a entrar médicos a mais para o Serviço Nacional de Saúde. Creio que dentro de dois a três anos vai haver desemprego médico».
Nuno Montenegro explicou ainda que é difícil planear a saúde em Portugal, uma vez que, nas últimas duas décadas, «entraram recursos parcos nas faculdades de medicina, segundo o mapa de distribuição dos recursos humanos de saúde em Portugal, onde a «curva é ondulante e não há um fio condutor».