Economia

"Troika" recebe hoje confederações patronais

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) vai hoje ao Ministério das Finanças, manifestar à "troika", que está a preparar o programa de ajuda externa, as suas preocupações relacionadas com o relançamento da economia.

«Concordamos que há um conjunto de cortes na despesa e de medidas que têm de ser tomadas, mas essas medidas são quase todas de recessão e nós queremos que sejam também tomadas algumas medidas que permitam às empresas subsistir, senão entramos numa espiral incontrolável de encerramentos e desemprego», disse à agência Lusa o presidente da CCP.

João Vieira Lopes afirmou que vai defender que devem ser garantidos, através da banca, os financiamentos necessários a empresas que são economicamente viáveis mas que estão a ser «estranguladas por falta de financiamento».

A dinamização da reabilitação urbana é também considera vital pela CCP, como forma de revitalizar o comércio, os serviços, o turismo e a construção.

Relativamente à legislação laboral, a CCP vai reafirmar propostas anteriores, que defendem a discussão da flexibilidade e da adaptação das condições de trabalho ao nível das empresas e não da contratação colectiva.

As quatro confederações patronais são hoje recebidas, no Ministério das Finanças, pela "troika" que está a preparar o programa de ajuda externa, depois das reuniões terem estado inicialmente marcadas para terça-feira.

O presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), João Machado, disse à agência Lusa que na reunião com os representantes do FMI, União Europeia, e Banco Central Europeu irá transmitir «as principais preocupações do sector agrícola».

«A nossa preocupação é que não faltem os fundos para o PRODER pois o programa de investimento em curso é fundamental para a modernização do sector e para a criação de postos de trabalho», disse João Machado à Lusa.

A Confederação Empresarial Portuguesa (CIP) será a terceira a ser recebida pela "troika" e preferiu guardar as declarações para o final do encontro.

A Confederação do Turismo Português (CTP) vai ser recebida antes do almoço e o seu presidente, José Carlos Pinto Coelho, declarou por escrito à Lusa que irá transmitir à '"troika" que «há que criar condições para crescer».

A "troika" composta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia (CE) iniciou segunda-feira as negociações com os responsáveis portugueses para delinear um plano de ajuda financeira a Portugal, após o pedido feito pelo primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, a 6 de Abril.