O eurodeputado do CDS-PP acusou, esta quarta-feira, o ministro das Finanças de ter mentido, ao afirmar que o comboio de alta velocidade (TGV) será suportado exclusivamente por fundos privados e da União Europeia.
A 16 de Março, em resposta a uma pergunta dos democratas-cristãos no Parlamento, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, disse que o projecto do TGV «não exigirá envolvimento do Orçamento do Estado», já que o executivo socialista «está a trabalhar» para que seja «inteiramente suportado por dinheiros privados e comunitários».
Hoje, em declarações à agência Lusa, Nuno Melo acusou o ministro de mentir, uma vez que «nenhuma alteração ao projecto foi feita», mantendo-se uma «forte componente nacional» no financiamento.
«O que o ministro das Finanças disse, simplesmente, não é verdade. Não deu entrada nenhuma alteração nas instituições europeias a propósito da implementação do TGV e, tal qual existe, o TGV implicará uma forte componente nacional, com custos que, obviamente, nesta conjuntura de grave crise internacional e dificuldade de endividamento, Portugal simplesmente não pode suportar», sustentou o eurodeputado do CDS-PP.
Numa resposta a uma pergunta que Nuno Melo dirigiu na sequência das declarações do ministro, a Comissão Europeia refere que «não foram feitas alterações susceptíveis de isentar Portugal de toda e qualquer comparticipação nos projectos relativos ao TGV».
Na mesma resposta, datada da passada sexta-feira, o comissário europeu da Política Regional, Johannes Hahn, admite que «tem de haver um esforço financeiro nacional» que pode, no entanto, «proceder total ou parcialmente de fundos privados, em conformidade com o programa operacional que irá financiar estes investimentos».