Legislativas 2011

Capucho entende que PSD cometeu «erro grave» na escolha de Nobre

Numa carta publicada no jornal Sol, António Capucho esclarece que recusou ser número dois de Fernando Nobre, homem que considera ser «politicamente inconsistente».

O social-democrata António Capucho considera que o PSD cometeu um erro «grave e chocante» na escolha de Fernando Nobre para cabeça de lista por Lisboa do partido às legislativas de 5 de Junho e candidato a presidente da Assembleia da República.

Numa carta dirigida aos militantes do PSD/Cascais publicada na edição desta quinta-feira do jornal Sol, Capucho revela que foi convidado para ser número dois de Fernando Nobre para ser vice-presidente do Parlamento, mas recusou a proposta.

Embora entenda que Fernando Nobre é uma «personalidade representativa da sociedade civil muito estimável», o ex-presidente da câmara de Cascais entende que este revela ser «politicamente inconsistente».

Para Capucho, o médico e presidente da AMI não tem perfil adequado, não tem experiência política, não está preparado, não tendo «consistência nem coerência política», sendo uma personalidade «muito polémica» e de «duvidosa atractividade eleitoral».

Nesta carta, António Capucho considera que a escolha de Nobre é uma opção errada, inexplicável, não sendo uma «mais-valia eleitoral», uma vez que acredita que a maioria do eleitorado que votou no médico nas presidenciais não o voltará a fazer nas legislativas.

«O cidadão comum olha para esta operação como uma 'caça ao voto' e creio que a generalidade dos eleitores que nele apostaram estão à nossa esquerda e são críticos dos Partidos. Serão provavelmente poucos os que vão acompanhar o candidato nesta transumância», acrescenta.

Embora entenda a ideia de integrar independentes nas listas sociais-democratas, o ex-autarca de Cascais defende que Fernando Nobre poderia estar melhor integrado numa «pasta social» de um futuro governo ou no Conselho de Estado.

Para candidato a presidente da Assembleia da República, Capucho diz que sugeriu nomes como Marques Mendes, Manuela Ferreira Leite ou Mota Amaral, personalidades das quais aceitaria ser número dois.