Política

Louçã e Jerónimo recuperam Segurança Social em debate

Na RTP, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa realizaram um debate sem surpresas. Recuperaram a polémica das contribuições para a Segurança Social e associaram PS, PSD e CDS às medidas da 'troika'.

Logo a abrir o debate, o coordenador da Comissão Política do BE, Francisco Louçã, não se coibiu de passar ao lado da pergunta que lhe tinha sido feita, retomando a polémica em relação aos compromissos assumidos pelo Governo com a 'troika' relativamente às contribuições para a Segurança Social.

Falando em «enigma» e «mistério», Francisco Louçã insistiu que o FMI assegura que «o Governo português lhe disse que havia um corte drástico nas contribuições para a segurança social».

Contudo, acrescentou, o primeiro-ministro continua a não querer dizer aos portugueses se haverá ou não esse «corte drástico» e que «impostos vão subir» para compensar a redução das receitas da Segurança Social.

«O PS não nos diz o que é a proposta. A do PSD é destruir parcialmente a Segurança Social e o PS comprometeu-se com uma diminuição da contribuição patronal muito mais grave, o que FMI chama um corte drástico. Das duas uma: ou José Sócrates está a faltar à verdade em Washington e não quer um corte drástico ou está a faltar em Lisboa e está a negociar um corte drástico», frisou o líder do BE já na parte final do debate.

À sua frente, o secretário-geral comunista não quis entrar na polémica mas acabou por admitir que «o PS tem de clarificar» a questão, classificando a proposta de redução da Taxa Social Única como «muito grave», na medida em que irá levar à descapitalização da Segurança Social.

À parte desta polémica, acabou por ser a economia a dominar todo o debate, com os líderes do BE e do PCP a evitar qualquer 'picardia' e a convergirem na defesa de um «governo de esquerda» e na colagem do PS, PSD e CDS-PP às medidas «draconianas» impostas pela 'troika'.