O embaixador português em Atenas avisa para as dificuldades em conseguir um acordo entre o governo grego e a oposição para um novo pacote de austeridade.
Em cima da mesa estão medidas suplementares que passam pelo aumento da carga fiscal, por reformas na função pública, pelo aumento dos descontos para a Segurança Social no caso dos privados e por uma série de privatizações.
O embaixador português em Atenas não acredita que este novo pacote de austeridade receba o apoio da oposição, até porque tem «havido divergências muito profundas entre o governo socialista e a Nova Democracia, o principal partido da oposição».
O líder da Nova Democracia já avisou o Governo para não contar com o apoio do partido, por considerar que as novas medidas constituem uma política errada.
«Creio que um acordo será bastante difícil», confessou o embaixador.
Alfredo Duarte Costa acrescentou que a evasão fiscal continua a ser um dos grandes problemas na tentativa grega de implementar as reformas e o programa de ajuste fiscal, porque grandes empresas estão sediadas no estrangeiro.
«É bastante fácil para essas empresas e muitos cidadãos fugirem aos impostos», comentou, frisando que é difícil impor regras na Grécia, já que os gregos «têm alguma dificuldade em respeitar certas normas».
O embaixador repetiu ainda a ideia de que a situação na Grécia é mais grave do que em Portugal, mas reconheceu que, tal como os gregos, os portugueses vão ter de aprender a viver com menos.