Reagindo ao objectivo do CDS-PP de obter mais votos que PCP e Bloco juntos, Jerónimo de Sousa considerou que os democratas-cristãos estão a fazer um «grande esforço para obter o seu quinhão na participação do poder». Já Francisco Louçã entende que o CDS faz assim um favor ao Bloco.
O secretário-geral do PCP respondeu com o adágio «presunção e água benta, cada um toma a que quer» à intenção do CDS-PP de ter mais votos que comunistas e bloquistas juntos.
«O CDS está a fazer um grande esforço para adquirir o seu quinhão em termos de participação no poder. Há uma base que une os três partidos, designadamente o tal programa da troika», lembrou Jerónimo de Sousa.
Para o líder comunista, «obviamente o CDS, se assinou por baixo, conjuntamente com PS e PSD, sente-se no direito de participar na mesa do orçamento».
Por seu lado, o coordenador do Bloco de Esquerda entende que os democratas-cristãos estão a fazer um favor aos bloquistas ao perseguirem este objectivo.
«Paulo Portas apresenta-se ao país ansioso por distribuir pastas de ministros entre os seus correligionários e para isso quer garantir que tem mais votos que a Esquerda para fazer, como se percebe, um acordo seja com o PS, seja com o PSD», explicou.
Para Louçã, «este ataque é útil e eu agradeço-lhe, porque dá força ao Bloco de Esquerda».
«O povo do Bloco gosta de sentir que é nos momentos difíceis que se tem de ir à luta, torna-se maior quando há estes ataques e ameaças da Direita que quer tomar conta do país como se fosse propriedade privada desta Direita», concluiu.