Apesar de estar a estudar a ideia, a UE alerta o problema da credibilidade, considerando que não é boa ideia que os «bancos centrais possam ter responsabilidade na questão dos ratings».
A União Europeia (UE) está a ponderar a constituição de uma agência de rating independente, mas ainda não existe um esboço para esta ideia, muito por culpa da falta de credibilidade deste tipo de instituições, indicou uma consulta da Comissão Europeia.
A porta-voz da Comissão Europeia para o Mercado Interno aponta a ideia como interessante, mas difícil de executar, muito embora se continue a «explorar as formas desta agência funcionar e trazer mais funcionalidade».
Chantal Hughes adiantou ainda que, segundo os resultados desta consulta, «uma agência europeia que pode ser privada ou pública ou uma combinação das duas, por exemplo, é uma ideia que o comissário acha interessante».
«Mas não é simples e as respostas à nossa consulta levantam um grande consenso, em particular, em torno da credibilidade de uma agência destas», acrescentou esta porta-voz, que coloca dúvidas em relação à participação de entidades públicas na atribuição de notas de risco.
Chantal Hughes revelou que se tem feito a pergunta se os «bancos centrais poderiam ter uma responsabilidade na questão dos ratings», mas adiantou que a ideia «não conquistou grande entusiasmo porque mais uma vez vamos ter à questão da credibilidade em torno dos ratings».
«O argumento é: se uma autoridade pública estiver a fornecer o rating de algo em que está envolvida não fará uma avaliação objectiva da situação», concluiu a porta-voz da Comissão Europeia para o Mercado Interno.
A Comissão Europeia está a procurar regulação melhor e mais abrangente em todos os aspectos do funcionamento do cálculo da notação das dívidas e está a finalizar uma proposta neste sentido para apresentar aos Estados-membros na Cimeira de Outono.