O chefe de Estado português considera mesmo que a Europa deve ter como prioridade libertar-se da influência das agências de notação financeira norte-americanas.
O Presidente da República considerou, esta sexta-feira, que as agências de rating norte-americanas são uma «ameaça à estabilidade da economia europeia, da Zona Euro e do bem-estar dos cidadãos».
Cavaco Silva, que entende que a descida do rating de Portugal por parte da Moody's é «totalmente injustificada», frisou que ainda que este facto prova a existência de «falta de transparência e objectividade» nas agências de notação financeira.
«Compete à União Europeia dar-lhes a devida resposta,porque estamos perante uma ameaça a questões fundamentais da União Europeia», adiantou.
Para Cavaco, «libertar a Europa da influência das agências de notação norte-americanas deve ser uma prioridade da agenda europeia».
O Presidente da República entende ainda que os líderes europeus não podem ficar apenas pelas palavras e pediu a Bruxelas medidas concretas contra as agências de rating.
«Os chefes de Estado e governo da União Europeia devem fazer a demonstração pela prática e não apenas pelas palavras de que são capazes de responder a esta ameaça para a estabilidade da economia europeia e Zona Euro», explicou.
Para o chefe de Estado, o «projecto da construção europeia fica mais fraco se 27 chefes de Estado e governo se deixarem condicionar por três agências de rating norte-americanas».
Cavaco Silva espera mesmo que a descida do rating de Portugal por parte da Moody's seja o «detonador para a União Europeia despertar para fazer aquilo que lhe compete fazer nesta fase».