Carlos Tavares entende que o poder das agências de rating é «exagerado» e defende que a Europa deve avançar para um modelo que retire importância a estas agências.
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O presidente da Comissão de Mercado e Valores Mobiliários considera que o mercado das agências de rating é pouco concorrencial, porque é dominado por um número reduzido de empresas.
Carlos Tavares entende que as autoridades europeias devem avançar para um modelo de regulação que retire importância às agências de notação financeira e que o BCE deveria ter um sistema próprio de avaliação de risco.
«As agências que existem adquiriram um estatuto que leva também os reguladores provavelmente a privilegiar estes ratings que são mais conhecidos. De alguma forma é de facto um oligopólio», acrescentou o líder da CMVM, que entende que o poder destas agências é «exagerado».
Este vice-presidente do Conselho de Supervisores da recém-criada Entidade Europeia de Supervisão dos Mercados lembrou ainda que, no passado, só as agências de rating com experiência é que puderam obter registo nos EUA.
Segundo Carlos Tavares, isto que fez com que desde os anos 90 não tenha sido autorizada nenhuma agência de rating, algo que também se transpôs para a Europa.
A entidade que tem Carlos Tavares como vice-presidente já recebe 20 pedidos de registo de agências de rating europeias, incluindo a da Companhia Portuguesa de Rating.