O primeiro-ministro considerou estranho que ainda não tenha sido criada uma agência de notação financeira europeia e defendeu que a UE deve tomar mais medidas para ajudar a enfrentar a crise.
Passos Coelho explicou aos jornalistas o que quis dizer esta tarde num encontro com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ou seja, que a instabilidade pode exigir outro tipo de abordagens do Conselho Europeu.
Neste sentido, o primeiro-ministro falou da exposição a que Itália esteve sujeita nos últimos dias como prova de que as respostas que existem podem não chegar para resolver uma crise sistémica.
«Toda a União Europeia tem de fazer um esforço maior, não é apenas no âmbito das agências de notação - embora seja realmente estranho que não tenha ainda sido possível, ao longo de todos estes anos, criar uma agência de notação de capital essencialmente europeu, porque existe um oligopólio realmente muito grande de agências norte-americanas», disse Passos Coelho à entrada para uma reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa.
«Já se falou de várias hipóteses no passado, nomeadamente das chamadas "eurobonds" e de outras soluções. Não quero estar a particularizar nesta altura, porque para que elas sejam credíveis e tenham força precisam de resultar de um concerto europeu, e esse concerto europeu só pode ser obtido ao nível do Conselho», acrescentou.
Apesar da insistência dos jornalistas, o também líder do PSD não apontou novas medidas e nem fez a apologia de uma agência europeia de uma notação financeira, como tinha feito antes o eurodeputado Paulo Rangel.
No primeiro Conselho Nacional do PSD que participa enquanto primeiro-ministro, Passos Coelho deu o seu apoio a Marques Rosa, actual secretário-geral adjunto, para o cargo de secretário-geral, afirmando que «tem todas as condições para poder agora tomar conta de uma parte importante da afirmação do próprio PSD que é distintiva do Governo».
«Tenho a certeza que vai fazer esse lugar muito bem se o Conselho Nacional lhe manifestar essa confiança», rematou.