Portugal alcançará um plano mais benéfico com a queda de juros do pacote de financiamento negociado com a "troika" para cerca de 3,5% e conseguirá um prazo de pagamento alargado para o dobro.
Os líderes dos países do Euro chegaram, esta quinta-feira, a acordo sobre o segundo programa de assistência à Grécia, no valor de 109 mil milhões de euros. A este valor juntam-se cerca de 50 mil milhões a assegurar por bancos privados nos próximos três anos.
Trinta bancos de todo o mundo vão trocar os empréstimos que fizeram por títulos de divida publica até um máximo de 30 anos.
Alguns responsáveis europeus explicaram que os prazos alteram-se e a dívida passa a poder ser paga entre os 15 e os 30 anos, existindo um período de carência para os gregos de cerca de dez anos.
Portugal beneficia dos efeitos secundários do acordo de financiamento à Grécia, alcançado esta quinta-feira pelos líderes da Zona Euro.
As taxas de juro do programa de assistência alcançado para Portugal baixam cerca de dois pontos e os prazos de pagamento passam de sete anos para 15 anos no mínimo.
O primeiro-ministro considerou que Portugal saiu de Bruxelas com melhores condições para cumprir com sucesso o seu programa de assistência financeira, na sequência da resposta «robusta» dada pela cimeira extraordinária da Zona Euro.
No final de uma reunião dedicada a um segundo programa de ajuda para a Grécia e ao combate ao risco de contágio da dívida soberana, Passos Coelho disse que, «de uma assentada», os líderes da Zona Euro acordaram as condições para resolver, de uma forma credível, a questão da Grécia e alcançar uma reforma a nível europeu que, inequivocamente, permitem a Portugal e Irlanda verem «aumentadas as condições de sucesso» dos seus programas.
Segundo o chefe de Governo, as agências de notação e os mercados não terão mais razões para duvidar das condições de sucesso do programa de Portugal, que até pode aspirar a regressar mais cedo aos mercados.
Passos Coelho disse todavia não desejar que as boas notícias com que Portugal sai hoje de Bruxelas constituam «qualquer pretexto para que se pense que se pode abrandar o ritmo de aplicação do programa» ou «ter menos exigência», reafirmando que os tempos que o País enfrenta são «extremamente exigentes e difíceis».
Nicolas Sarkozy tinha dito, também em conferência de imprensa após a cimeira em Bruxelas, que Portugal e a Irlanda serão abrangidos pelo alargamento dos prazos de pagamento da dívida, mas o sector privado não será implicado na solução da crise actual.
Entretanto, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considerou que a «resposta coordenada e credível» acordada em Bruxelas pelos líderes da Zona Euro é «particularmente positiva para Portugal».
(Notícia actualizada)