O presidente do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações, Marques Júnior, será ouvido na quinta-feira na Comissão de Assuntos Constitucionais.
A reunião, marcada para as 17:00 horas, será à porta fechada, estando os deputados obrigados a «sigilo e confidencialidade», referiu o presidente da comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o social-democrata Fernando Negrão.
Em causa está o funcionamento dos serviços de informação depois de o semanário Expresso ter avançado nas últimas semanas que o ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Silva Carvalho, terá passado informações para a empresa Ongoing antes de abandonar a chefia dos serviços, em Novembro de 2010.
Silva Carvalho, afirmou, entretanto, que «não enviou informação do serviço de informações para a Ongoing, nem nunca tal afirmou».
Marques Júnior tem já concluído o inquérito que conduziu ao funcionamento dos serviços de informação, explicou Fernando Negrão.
«Esta data foi acordada porque o senhor coronel Marques Júnior tem o seu trabalho feito e pode vir a esta comissão apresentá-lo», afirmou.
O deputado socialista Jorge Lacão levantou a questão de a audição a Marques Júnior poder esperar pelas conclusões do inquérito ordenado pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, mas não se opôs à realização da audição.
Fernando Negrão disse que a observação de Lacão fazia «algum sentido», mas sublinhou a necessidade de «separar as coisas», referindo-se aos dois inquéritos ordenados.
O primeiro-ministro solicitou ao secretário-geral dos Serviços de Informação a realização de um inquérito para «apurar e esclarecer quaisquer factos relacionados» com alegadas fugas de informação naqueles serviços.
Numa nota enviada aos órgãos de comunicação social, o gabinete do primeiro-ministro afirmou que Pedro Passos Coelho, responsável máximo pelos Serviços de Informação da República, «não tem conhecimento de quaisquer 'fugas de informação' que possam ter ocorrido no passado».