O PCP quer ouvir o secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP), Júlio Pereira, para «saber o que vai ser feito» depois das alegadas irregularidades nas secretas.
A decisão foi avançada hoje à agência Lusa pelo vice-presidente do grupo parlamentar do PCP, António Filipe, que explicou ter-se tornado «obrigatório» ouvir Júlio Pereira depois das notícias que dão conta de «indícios de ilícito criminal» no Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED).
«É do conhecimento público que houve irregularidades que foram cometidas e esta questão não pode ficar assim, ou seja, a partir do momento em que se reconheceu que houve uma anomalia que foi praticada, independentemente de ter ou não relevância criminal, nos próprios serviços há consequências que têm que ser retiradas», explicou António Filipe à TSF.
«Aquilo que nós pretendemos saber é que diligências é que se vão seguir aquilo que foi entretanto descoberto. E para que a Assembleia da República possa ser esclarecida em relação acerca dessa questão que nos parece indispensável ouvir o secretário-geral do SIRP», acrescentou.
O PCP quer que a primeira Comissão dos Assuntos Constitucionais ouça Júlio Pereira para conhecer as diligências já tomadas e as futuras, porque «não pode ficar tudo na mesma» depois do reconhecimento das alegadas irregularidades cometidas pelo ex-director do SIED, Jorge Silva Carvalho.
Sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro admitiu a possibilidade de ter existido «violação de Segredo de Estado ou do dever de sigilo» por parte de Jorge Silva Carvalho, que terá transmitido dados à empresa Ongoing (onde trabalha actualmente) quando ainda chefiava as "secretas".
O secretário-geral do SIRP «colocou já à consideração do procurador-geral da República a instauração de um inquérito criminal», avança a mesma nota do gabinete de Passos Coelho divulgada sexta-feira.