Os polícias podem voltar à contestação, avisou o presidente da Associação Sócio Profissional da Polícia (ASPP), depois de o Governo ter anunciado um congelamento nas progressões.
O Executivo anunciou, esta sexta-feira, que vai congelar, a partir de Setembro, as progressões previstas no regime remuneratório para o Ministério da Administração Interna e para o Ministério da Defesa.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, explicou que esta medida já estava prevista no Orçamento do Estado de 2011 e que faz parte das medidas antecipadas para controlar a despesa do Estado.
O presidente da ASPP mostrou-se preocupado com este congelamento das progressões, frisando que «por trás está o congelamento do regime remuneratório». Isto, acrescentou, «faz com que de alguma forma não se resolva a injusta e a confusão em termos jurídicos que se criou».
Além disso, acrescentou Paulo Rodrigues, «não podemos aceitar que exista na PSP duas tabelas remuneratórias», que elementos mais novos ultrapassem os mais antigos e que as pessoas não saibam onde estão posicionadas.
O presidente da ASPP reforçou que, «além de trazer constrangimentos em termos sócio-profissionais e na vida das pessoas», esta decisão «vai com certeza trazer impactos negativos no funcionamento da própria instituição».
Por isso, alertou, é de esperar nova contestação das forças de segurança. Os elementos das forças de segurança não podem aceitar que para além dos cortes previstos para todos os portugueses, os polícias «sofram cortes complementares só pelo facto de serem polícias», sublinhou.
«Não há por parte do Ministério um esclarecer do que pretende para o futuro dos polícias. Se estas medidas forem para aplicar da forma como foram anunciadas, é evidente que vamos ter de reagir», garantiu.