O ex-presidente egípcio regressa, esta segunda-feira, ao tribunal do Cairo para o julgamento por alegada morte de manifestantes e corrupção, o primeiro de um dirigente do Médio Oriente desde o início da "Primavera árabe".
O antigo chefe de estado, forçado à demissão a 11 de Fevereiro, em consequência de um protesto popular sem precedentes, estará presente na sala de audiências, sob fortes medidas de segurança, indicou o seu advogado Farid al-Dib ao jornal independente Al-Masri Al-Yom.
O antigo presidente tinha-se apresentado em tribunal pela primeira vez a 3 de Agosto, quando a maioria da população não acreditava que tal acontecesse.
Na abertura do processo, Mubarak declarou-se inocente, depois de ter entrado no Tribunal Penal do Cairo deitado numa maca.
O antigo presidente do Egipto arrisca a pena de morte se for considerado culpado de ter ordenado disparos com balas reais sobre os manifestantes.
O antigo responsável máximo daquele país é ainda acusado de corrupção e de ter permitido a venda de gás do Egipto a Israel a preços inferiores aos praticados pelo mercado.
Hosni Mubarak, de 83 anos, hospitalizado desde Abril por problemas cardíacos, tem estado internado no centro médico internacional, perto do Cairo, desde o início do julgamento (3 de Agosto).
Domingo, teve início o julgamento do ex-ministro egípcio do Interior Habib el-Adli e de seis antigos colaboradores acusados no mesmo processo de terem mandado abrir fogo contra manifestantes durante os tumultos no Cairo.
Cerca de 850 pessoas foram mortas durante a revolta popular de Janeiro e Fevereiro que conduziu à queda do regime de Hosni Mubarak.