Os juros da dívida soberana portuguesa aliviaram hoje em todas as maturidades, ao negociar abaixo dos 12 por cento, à semelhança das obrigações de Itália e Espanha, que estão a ceder em todos os prazos.
Pelas 12h00 de Lisboa, os juros exigidos pelos investidores para transaccionar dívida soberana portuguesa a dois anos negociavam, em média, nos 11,816 por cento, ligeiramente acima dos 11,774 por cento da média do dia de sexta-feira, mas abaixo dos 12 por cento, segundo os dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg.
O spread face à dívida alemã atingia hoje os 1,111 pontos base nesta maturidade.
No prazo a cinco anos, também a dívida soberana da República transaccionava a valores inferiores à média registada na sexta-feira, com os investidores a negociarem os títulos no mercado secundário nos 11,514 por cento, abaixo dos 11,624 por cento, longe do máximo histórico de 17,457 por cento atingido a 15 de Julho.
Nesta maturidade, o spread face à dívida alemã atingia hoje os 1.010 pontos base.
Também na maturidade a dez anos a tendência é de descida: os juros da dívida soberana portuguesa negoceiam nos 10,479 por cento, abaixo da média dos 10,546 por cento de sexta-feira.
Em Espanha, as obrigações com maturidades a dez anos estão hoje a bater mínimos, e negoceiam nos 4,992 por cento, depois de terem batido máximos de 6,316 por cento a 18 de Julho, segundo a Bloomberg.
Quanto às obrigações espanholas com maturidades a dois anos e a cinco anos, estas negoceiam hoje nos 3,198 por cento e 4,241 por cento, respectivamente, ligeiramente abaixo do valor médio para cada uma das maturidades verificado na sexta-feira.
Em Itália, a situação continua a aliviar, com os juros exigidos pelos investidores para transaccionar dívida soberana a dois anos a negociar hoje nos 3,479 por cento.
Nos prazos a cinco e a dez anos, os títulos da dívida italiana negoceiam nos 4,283 por cento e nos 5,002 por cento, respectivamente, verificando-se uma ligeira descida face aos valores de sexta-feira.
Na maturidade a dez anos, os títulos da dívida italiana bateram máximos a 4 de Agosto, dia em que negociaram nos 6,195 por cento.
Os juros da República, de Itália e de Espanha registam, pelo sexto dia consecutivo, descidas consideráveis depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado que ia «implementar activamente» um programa de compra de títulos, nomeadamente de Itália e Espanha, contribuindo assim para a redução das taxas de juro.
No domingo, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, saudou as «rigorosas» medidas financeiras adoptadas pelo Governo do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, para alcançar o equilíbrio orçamental.
O Governo italiano aprovou um novo plano de ajuste de 45 mil milhões de euros, com o que pretende alcançar o equilíbrio orçamental em 2013, para acalmar a preocupação dos mercados com a situação que atravessam as finanças públicas do país.