Marques Mendes entende que o novo aumento de impostos não foi justificado por Vítor Gaspar e acusa o Governo de não estar a cumprir as promessas feitas na campanha.
«É o terceiro aumento de impostos que o Governo anuncia em três meses» e quarta-feira «ficou claro» que haverá um quarto, «um reajustamento no IVA» para «compensar uma descida eventual da taxa social única», disse Marques Mendes esta quinta-feira na TVI.
«Há quem diga que tudo isto é necessário e inevitável», mas o ministro não deu quarta-feira «nenhuma explicação convincente» para o novo aumento de impostos anunciado, o que «irrita toda a gente», até pessoas dentro do PSD, já que muitos sociais-democratas sentem-se «incomodados porque também andaram, antes das eleições, a prometer cortar na despesa e não tanto aumentar impostos».
Além disso, considerou, isto dá uma «sensação» que de «aquilo que os políticos dizem antes das eleições não serve para nada».
O programa do Governo, para Marques Mendes, tem «prioridades invertidas». «É muito concreto em tudo o que é aumentos de impostos, mas é muito impreciso no que é cortes na despesa».
Apesar de falar numa consolidação de dois terços pelo lado da despesa e de um terço pelo lado da receita - algo que o anterior executivo também defendeu - este Governo «já fez três aumentos de impostos mas ainda não extinguiu uma única empresa pública em Portugal», criticou.
Estas declarações foram proferidas antes de a TSF noticiar que o ministro das Finanças vai anunciar, esta sexta-feira no Parlamento, um corte na despesa que equivale a 1500 milhões de euros, sendo a área da Saúde a mais afectada.