Ao El País, Passos Coelho diz acreditar que os portugueses entendem a importância dos sacrifícios que estão a ser pedidos e revela-se contra um imposto especial sobre as grandes fortunas.
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«Seria dar um sinal errado», diz Passos Coelho que o país precisa de atrair investimento e capital externo por isso aumentar a pressão fiscal sobre as grandes fortunas só ia servir para agravar o problema de financiamento da economia.
O chefe do Governo sintetiza a ideia argumentando que não faz sentido, penalizar aqueles que têm mais capacidade de criar riqueza.
Na entrevista ao El País , Passos Coelho reconhece que Portugal tem um dos índices mais elevados de desigualdade fiscal, com os rendimentos do trabalho a serem tributados duas vezes mais do que os rendimentos de capital.
Mas o chefe do Governo fala num equilíbrio difícil, avisando que adoptar medidas fiscais muito duras pode levar à fuga de capitais.
Com a austeridade a apertar o cinto dos portugueses, Passos Coelho está convencido de que Portugal não vai ser palco de uma «onda de manifestações» à semelhança do que aconteceu na Grécia.
O chefe do Executivo acredita que vive num país onde reina o consenso em torno da necessidade de aplicar com sucesso o programa estabelecido com a "troika".
Passos Coelho afirma que «os portugueses sabem que os sacrifícios são o bilhete de saída da crise».
Questionado sobre o TGV, se a suspensão do projecto é definitiva, Passos Coelho responde que a única coisa definitiva é a «morte», garantindo que Portugal não está em condições de manter o calendário do projecto mas está disponível para estudar com a Espanha e com a Comissão Europeia uma forma de não desperdiçar os fundos comunitários que estavam destinados ao projecto.