Se a proposta do regulador for aceite, que justifica a escalada dos preços com os custos de produção, a tarifa da electricidade pode aumentar 30% no início do próximo ano.
O aumento dos custos de produção das energias renováveis e subida dos encargos com a co-geração, ou seja, o aproveitamento que é feito do calor residual que resulta da produção de energia eléctrica, são alguns dos factores que sustentam, de acordo com o Diário Económico, a proposta da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
A ERSE defende, por isso, um aumento de 30 por cento na factura da luz no início do próximo ano, ao qual acresce o agravamento do IVA, de seis para 23 por cento.
Mas o principal factor apontado pela ERSE para esta subida são os custos de manutenção de equilíbrio contratual, isto é as compensações financeiras que a EDP recebe pelas barragens e pela central a carvão de Sines, que provocam um forte impacto nas tarifas pagas pelos consumidores.
O futuro destas compensações financeiras está no centro das negociações entre a EDP e o Governo, com a "troika" a exigir a revisão do mecanismo, que teve o aval do anterior Executivo.
No entanto, a violação destes contratos pode comprometer o processo de privatização em curso e, por isso, a EDP e o Governo procuram outras soluções para diminuir o peso destas compensações na conta da electricidade.
Entretanto, o PS propôs um regime mais justo e fiscalizado dos subsídios à produção de electricidade através da co-geração para aliviar a factura da luz, ao que Passos Coelho respondeu que a medida está prevista no acordo com a "troika" mas para o próximo ano.