A presidente do PSD/Açores escusou-se, esta sexta-feira, a comentar o problema das contas da Madeira de uma forma isolada, recordando que «ainda não está identificada» a situação nos Açores, pelo que considerou ser necessária alguma prudência.
«Infelizmente, o país está nesta situação, não apenas a Madeira, mas todo o país, em que há um conjunto de situações que vão sendo detectadas à medida que a "troika" faz levantamentos exaustivos às contas», afirmou Berta Cabral, para quem «a Madeira não é excepção, integra-se no que foi o comportamento que se verificou no País nos últimos anos».
A líder regional do PSD/Açores, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, defendeu que «o mais importante é identificar com clareza e transparência a situação em que o país se encontra», numa análise que inclui Portugal continental, a Madeira e os Açores, salientando que ainda não está identificada a situação nos Açores.
«É preciso ter alguma prudência. Vamos aguardar o levantamento da situação em Portugal Continental, nos Açores e na Madeira e depois, no conjunto, encontrar uma solução para o país», frisou.
Para Berta Cabral, «é fundamental saber rigorosamente com o que se conta. Sabemos que a situação é má, mas isso não chega. É preciso fazer o ponto de situação, encontrar soluções e definir uma estratégia para sair daqui».
A presidente do PSD/Açores considerou ainda que «não se deve isolar a Madeira» nesta questão, alegando que a região «está em vésperas de campanha eleitoral e pode haver uma certa especulação em volta desta situação».
O Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal acusaram, esta sexta-feira, a Administração Regional da Madeira de ter omitido informação relativa às suas contas públicas, que consideram «grave» e da qual não têm conhecimento de casos similares.
Por essa razão, o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal concluíram que o défice orçamental de Portugal de 2008, 2009 e 2010 terá de ser revisto em alta devido a um buraco nas contas da Madeira descoberto apenas nas últimas semanas.
Em causa estão encargos que não foram registados e Acordos para Regularização de Dívidas que não foram reportados às duas entidades, responsáveis por apurar as contas nacionais.