O ministro das Finanças da Grécia prometeu que o país vai continuar a reduzir o défice nas finanças públicas mesmo que para isso tenha que enfrentar custos políticos elevados.
«Estamos dispostos a tomar as iniciativas necessárias, quaisquer que sejam os custos políticos», disse este domingo Evangelos Venizelos, em Washington, num discurso na assembleia anual do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), a maior associação de bancos do mundo, que integra 450 instituições.
Com a recessão económica a voltar ao país, Atenas vai «reagir e introduzir medidas suplementares» de austeridade, acrescentou o ministro, citado pela agência AFP.
Numa mensagem à organização que representa muitos dos credores privados gregos - onde se incluem bancos, companhias de seguros e fundos de pensões - Venizelos pediu calma e lembrou os esforços que o país já fez.
«A Grécia não é o bode expiatório da zona euro nem da economia internacional. A Grécia é um país histórico e orgulhoso, com cidadãos que fazem muitos sacrifícios para o salvar», sublinhou.
«Não creio que existam muitos exemplos, a nível internacional, de esforços de equilíbrio orçamental tão rápidos. Mas, como sabem, isto é acompanhado de um custo político e social muito elevado», acrescentou.
Evangelos Venizelos manteve, também este domingo, longas conversações com a direcção do IIF que se ofereceu, em Julho, para organizar uma redução da taxa de juro ou do montante da dívida grega e para prolongar a data de maturidade, numa proposta que ainda não mereceu resposta dos credores privados.
O ministro das Finanças grego afirmou também estar intimista quanto à participação dos privados neste processo de resgate. «Podem atingir-se os objectivos, desde que fique entendido que, colectivamente, tal beneficia a Grécia, os parceiros institucionais e o sector privado», disse Venizelos.