Perante apupos e protestos de trabalhadores com salários em atraso, mas também aplausos, Alberto João Jardim avisou que a Madeira não vai voltar à «desordem» do 25 de Abril.
Perante centenas de habitantes, trabalhadores da empresa que construiu o túnel e que têm salários em atraso e seis militantes do PND, Alberto João Jardim inaugurou, esta quinta-feira, um troço de um túnel.
O presidente do Governo Regional da Madeira ouviu várias vezes a palavra «ditador», num local onde também estiveram apoiantes do líder do PSD-Madeira.
«Tomem cuidado com aqueles sindicalistas que vivem acima das suas possibilidades, é preciso saber quem paga a esses sindicalistas para viver acima das suas possibilidades», disse Alberto João Jardim, alertando também para a «droga» e outros «males» da sociedade.
«Estejam descansados que não voltaremos nem às ocupações do 25 de Abril nem à desordem» registada nessa data, garantiu, acrescentando que gosta da «liberdade para todos» que existe na Madeira, «mas que triunfe a razão».
A construtora Tâmega, uma das duas empresas envolvidas na obra, ainda não recebeu do governo regional, sendo que Jardim prometeu pagar até 90 dias. O líder do governo regional não estranhou que haja salários em atraso e mostrou-se à vontade perante este assunto.
Diamantino Alturas, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, disse que os trabalhadores só receberam o salário de Agosto, com a empresa a fazer «uma certa chantagem» para que os funcionários não protestassem.
O túnel inaugurado é a primeira fase da ligação entre São Vicente e Boaventura, na zona norte da Ilha. Falta acabar dois túneis e alguns viadutos para a obra estar concluída.
Notícia actualizada às 20:57.