A comissão de utentes contra as portagens nas auto-estradas A23, A24 e A25 entende que os automobilistas não devem acatar a ordem de pagar portagens.
Zulmiro Almeida, da comissão de utentes, não acredita que até ao final do mês as portagens comecem a ser cobradas nas SCUT. Mas se a medida for para a frente, a comissão recomenda aos utentes para não acatarem a ordem.
Questionado pela TSF se defende uma desobediência civil, Zulmiro Almeida respondeu que já «vai sendo tempo de não nos baixarmos a tanto mal» que está a ser aplicado.
O Governo não devia buscar dinheiro junto daqueles «que já não podem sequer levantar a cabeça», considerou.
A comissão tem estabelecidas diversas iniciativas nos quatro distritos (Vila Real, Guarda, Viseu e Castelo Branco), como a recolha de assinaturas para enviar ao primeiro-ministro, um pedido de audiência ao Presidente da República e uma prova no terreno de que não existem alternativas aceitáveis às A23, A24 e A25.
Um das iniciativas, aquela que a comissão entende que vai provar a ausência de alternativas, é uma viagem entre Viseu e Aveiro pela EN 16 (estrada nacional), com um autocarro e um camião pesado, no próximo dia 14.
Para segunda-feira, em Viseu, está prevista uma segunda recolha de assinaturas em frente à Loja do Cidadão.
O anúncio da introdução de portagens foi feito esta sexta-feira à tarde por Álvaro Santos Pereira.
«Mesmo assim, o endividamento, após a introdução das portagens, em 2030 será de 21 mil milhões de euros. É insustentável», afirmou o ministro, que falava na Comissão Parlamentar da Economia e Obras Públicas.
O governante anunciou igualmente a renegociação dos contratos de introdução de portagens em todas as SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) e o cancelamento e suspensão de vários troços.
Notícia actualizada às 19:16.