O presidente da Comissão Europeia defendeu, esta quarta-feira, a necessidade de os bancos deterem fundos mais elevados com capitais de muito boa qualidade.
Com um apelo à recapitalização urgente da banca como forma de restaurar a confiança, numa altura em que o euro está em crise, Durão Barroso entende que as autoridades nacionais devem intervir impedindo os bancos mais fracos de distribuir prémios e dividendos.
«Os bancos que não têm o capital necessário devem apresentar e depois implementar planos o mais rapidamente possível. Até isso estar concluído, devem ser impedidos de pagar dividendos e bonificações pelos supervisores nacionais», defendeu.
O plano da Comissão Europeia, apresentado esta quarta-feira por Durão Barroso aos eurodeputados, estabelece prioridades para as fontes de financiamento aos quais os bancos devem recorrer.
«Os bancos devem utilizar fontes privadas de capital. Se necessário, os governos nacionais devem apoiar. Em última instância, podem recorrer a um empréstimo do fundo de resgate», afirmou.
O presidente do executivo comunitário deixou mensagens para os líderes europeus, apelando à coordenação de todos para uma resposta global à crise.
«Esta crise não é parcial, as nossa respostas não podem ser fragmentadas, é por isso que este roteiro é uma abordagem única e abrangente e todos os seus elementos devem ser implementados em paralelo», considerou.
Para restaurar a confiança e resolver a crise das dívidas soberanas, Durão Barroso defende a recapitalização da banca como medida de urgência.
Após esta apresentação, o euro valorizou relativamente ao dólar, tocando máximos de mais de dois meses. Às 17:26 de Lisboa, a moeda única valia 1,3809 dólares, acima dos 1,3641 dólares a que negociava na terça-feira.
Os bancos alemães já reagiram a esta proposta, considerando que a solução apresentada por Durão Barroso para aumentar o capital dos bancos não só é «inadequada», como não resolve o problema do sector.