O primeiro-ministro afirmou, esta terça-feira, que cortar nos subsídios de Natal e de férias no sector privado retiraria credibilidade a Portugal e, logo, poria em causa a ajuda externa.
Num discurso que fez no encerramento da conferência do Diário Económico em Lisboa, o primeiro-ministro esclareceu que cortar nos subsídios do privado significaria que o Governo estava a fazer o ajustamento pelo lado das receitas e não pelo lado das despesas.
«Dir-se-ia que Portugal não está a fazer [o] ajustamento, Portugal está é, de forma interina, a aumentar a carga fiscal para do lado da receita corrigir os desequilíbrios que tem», explicou.
Para Passos Coelho, «isto não seria visto de uma forma credível», pelos parceiros da troika, algo que podia matar em Novembro o «programa de assistência económica e financeira» a Portugal.
Outra razão apontada pelo primeiro-ministro prende-se com o facto de um agravamento fiscal penalizar ainda mais o esforço de recuperação económica que deve ser suportado pelo sector privado. A terceira razão está relacionada com a necessidade de reajustamento dos privados.
Na véspera da cimeira europeia, Passos Coelho reconheceu ainda que Portugal não depende de si próprio.
«Tenho procurado ser muito prático: quando há variáveis que não dependem da nossa intervenção, devemos fixar-nos naquelas que dependem da nossa decisão», explicou.
Passos Coelho alertou ainda que Portugal pode «fazer tudo bem» e «isso não chegar para assegurar uma retoma da economia».
Ainda assim, o governante espera que da cimeira desta quarta-feira saia uma ideia clara de que os países europeus vão ajudar a Grécia e de que ninguém vai abandonar o euro.
Sobre outro assunto, já no final da conferência de imprensa, Passos Coelho limitou-se a dizer que não há polémicas entre o Governo e o presidente da República.