Economia

Crise poderia ter sido evitada com «liderança forte», diz Trichet

Jean-Claude Trichet Reuters

Jean-Claude Trichet avisa que a crise económica na Europa ainda não terminou e que poderia ter sido evitada se «houvesse uma liderança forte» e «com responsabilidades bem definidas».

Poderá ter sido a última entrevista de Jean-Claude Trichet à frente do Banco Central Europeu (BCE) e logo ao jornal alemão Bild, um tablóide, e uma das publicações mais vendidas na Europa.

O tom escolhido foi o pessimismo com Trichet a avisar que a crise ainda não terminou, apesar das decisões tomadas na cimeira de quarta e quinta-feira pelos líderes europeus.

Por isso, o presidente do banco central recomendou que todos os governos mantenham as promessas de reduzir as dívidas, que ele classificou de colossais, ao mesmo tempo que alertou que todos os Estados devem ser bem controlados e vigiados.

Jean-Claude Trichet lembrou ainda que esta crise veio pôr a nu as fraquezas das economias dos Estados europeus, mas também as fragilidades do Japão e dos Estados Unidos.

Nesta entrevista de despedida, Trichet quis vincar que a crise económica continua longe de estar debelada, terminando com um lamento, que ele sublinhou deixar como cidadão europeu e não como presidente do BCE: a crise poderia ter sido evitada se houvesse uma liderança forte na Europa com as responsabilidades bem definidas.

Uma crítica indirecta a fechar um mandato de oito anos que termina esta segunda-feira. Trichet vai ser substituído pelo italiano Mario Draghi.