Economia

Expectativa dos portugueses quanto à economia atinge mínimo histórico

Pessoas na rua Direitos Reservados

Mais de três em cada quatro portugueses acreditam que vão ter menos dinheiro no próximo ano. A expectativa quanto à economia é a pior dos últimos dez anos.

De acordo com dados do barómetro da Marktest para a TSF e Diário Económico, o índice da expectativa económica está abaixo dos 14 por cento. É o pior valor de sempre registado por esta sondagem, que já se realiza há mais de uma década.

Quando inquiridos sobre a expectativa em relação à situação económica pessoal para os próximos 12 meses, mais de três em cada quatro inquiridos disseram acreditar que as carteiras vão ficar mais leves. Cerca de 14 por cento prevêem que nada vai mudar e 5,6 por cento acreditam numa melhoria.

A sondagem - cujo universo é a população de Portugal Continental, com mais de 18 anos e residente em habitação com telefone fixo - mostra que o pessimismo é dominante um pouco por todo o território continental. Varia entre perto de 72 por cento no Interior Norte e quase 84 por cento no Grande Porto.

O barómetro permite concluir também que quanto mais alta a classe social maior a apreensão. Os mais endinheirados são os mais desconfiados, com 84 por cento de pessimistas, valor que desce para 75 por cento na classe média e 73 por cento na baixa.

O optimismo está em vias de extinção. Só cerca de três por cento dos inquiridos da classe alta têm esperança num futuro imediato melhor, valor que sobe para pouco menos de sete por cento nas classes mais desfavorecidas.

O sentimento repete-se quanto à situação financeira do país daqui a um ano. De acordo com o barómetro, 77 por cento olha para o futuro de Portugal com inquietação, 10 por cento acredita que nada vai mudar e apenas 8,5 por cento dos inquiridos são optimistas.

Os votantes socialistas são mais pessimistas do que os do PSD. Mais de três quartos adivinham um futuro difícil para o país, um número que entre os sociais-democratas desce para 63 por cento.

Esta sondagem teve por objectivo conhecer as expectativas dos inquiridos sobre a evolução económica.

Entre 18 e 22 de Outubro foram feitas 809 entrevistas, em concreto 160 na Grande Lisboa, 92 no Grande Porto, 134 no Litoral Centro, 153 no Litoral Norte, 180 no Interior Norte e 90 no Sul.

A taxa de resposta foi de 25,4 por cento, o intervalo de confiança de 95 por cento e a margem de erro de 3,45 por cento.