Economia

Partidos reagem a avaliação da troika

No Parlamento, PSD e CDS elogiaram a avaliação da troika, considerando pórem que ainda há muito trabalho pela frente. Já os partidos mais à esquerda, lançaram críticas.

Numa aparente resposta ao Partido Socialista, a troika referiu, esta quarta-feira, que este não é o momento para mudar as metas do programa de resgate. Mas no Parlamento, o líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, insistiu que ficou provado que não havia necessidade de aplicar uma sobretaxa ao subsídio de Natal este ano.

«O Governo é o representante de Portugal junto da troika e não o representante da troika junto de Portugal. As duas conferências de imprensa não deixaram bem marcada esta diferença», afirmou Carlos Zorrinho.

Já o deputado Miguel Frasquilho, do PSD, saudou a nota positiva da troika mas lembrou que há muito trabalho pela frente, por isso é cedo para festejar.

«Não embarcamos em triunfalismos, nem estamos pessimistas. Diria que estamos realistas, sabemos que o caminho é longo, que as dificuldades serão muitas e que, portanto, devemos manter o rigor e a exigência que têm sido uma realidade até aqui», sublinhou o deputado "laranja".

O outro partido que apoia o Governo, diz que a análise do FMI e da União Europeia é mais ajuda no esforço para separar os casos de Portugal e da Grécia. O líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, disse esperar que a avaliação da troika ajude a tornar Portugal mais atractivo para os investidores.

«Gerar um clima de confiança, interna e externa, em relação ao escrupuloso cumprimento por parte do Governo português daquilo que assinou, poderá fazer-nos sair mais cedo da situação em que estamos, em que dependemos da ajuda externa para compromissos essenciais», destacou.

Das bancadas mais à esquerda surgiram criticas contundentes.

Bernardino Soares, do PCP, considerou que as conferências de imprensa do ministro das Finanças e da troika foram importantes, sobretudo pelo que lá não foi dito.

«Estas duas conferências de imprensa quase faziam lembrar aquele personagem de Candide de Voltaire, Pangloss, que dizia que 'tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis'. Mas é ao contrário, com esta política e com este programa tudo vai pelo pior, com a pior das políticas possíveis», comparou o deputado comunista.

Pelo Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares sublinhou que continua em curso o empobrecimento acelerado do país.

«Nós hoje tivemos por parte do ministro das Finanças e dos responsáveis da troika a indicação de que quando nos diziam que Portugal era o país de salários baixos, agora nos querem ver como um país de salários miseráveis», destacou.