O coordenador de uma pesquisa sobre violência contra grávidas, conduzida nos últimos três anos nos centros de saúde de Bragança e cujos resultados serão apresentados esta sexta-feira à tarde, avançou à TSF que o problema é «considerável».
«Dentro da amostra e dos dados que foram analisados, penso que é considerável, porque um caso de violência doméstica já é mau», disse, lembrando que nestes casos são sempre duas vítimas que estão em causa.
O psicólogo António Salema, que não quis antecipar dados concretos, lembrou que é preciso avaliar «não só a agressão física», mas também «o nível da agressão psicológica, o medo, o temor, o pânico e a ameaça». Além disso, alertou, existe também a «violência sexual».
«É um cenário dantesco que não nos permite a nós, como cidadãos técnicos de saúde e que estamos numa primeira linha, dar um juízo final em comportamentos grotescos por parte do agressor», lamentou, defendendo que este crime deve ter um fim.
O estudo em causa, que começou em 2009, é o primeiro do género em Portugal.
O projecto deverá ser implementado a curto prazo pela Direcção Geral de Saúde (DGS) em todo o país.