A iraniana Ameneh Bahrami, que ficou cega após um pretendente rejeitado lhe ter atirado ácido, não vai receber a compensação económica por ter perdoado o atacante.
Ameneh Bahrami, de 34 anos, esperou sete anos para que o tribunal de Teerão decidisse aplicar, literalmente, a lei "olho por olho", mas no último minuto perdoou Majid Mohavedi, um colega de faculdade que em 2004 a cegou e desfigurou com ácido.
No entanto, exigiu uma compensação económica para assegurar o futuro com base no princípio do "dinheiro de sangue", uma compensação que afinal não vai receber.
A partir do momento em que perdoou o atacante, a sentença foi reduzida para dez anos na prisão e cinco no exílio, sendo que o atacante não fica obrigado a pagar a indemnização.
Ameneh Bahrami disse que nunca pensou estar a abdicar do dinheiro e que o pedido foi reconhecido como legítimo na altura.
Disse ainda que foi persuadida pelo procurador adjunto a assinar um documento que limitava o direito a receber a compensação económica.
Ameneh Bahrami está ainda a pedir encontros com deputados iranianos para discutir o direito de indemnização, uma vez que a lei estabelece que as mulheres têm direito a metade do que os homens recebem.