O primeiro-ministro britânico tratou de explicar a teimosia que confirma uma Europa a duas velocidades. O presidente do BCE e a directora-geral do FMI mostraram-se moderadamente satisfeitos com o acordo.
Há quem diga que ela já existia, mas às 4h00 desta sexta-feira (hora portuguesa), os principais líderes europeus falaram de uma Europa a duas velocidades.
O primeiro-ministro britânico chegou mesmo a desejar sorte aos 17 países que seguem outro caminho. David Cameron garantiu que nunca poderia aceitar uma mudança nos tratados sem as devidas salvaguardas dos britânicos, bem como aceitar submeter uma tal alteração ao parlamento e aos eleitores.
Cameron falou dos "ins" e dos "outs", os que estão dentro e os que estão fora, como os que aceitam ou rejeitam a perda de soberania.
Já para a Alemanha trata-se de um bom acordo. A chanceler Angela Merkel anunciou que a Alemanha conseguiu que fosse aceite a inclusão de um limite aos endividamentos dos países e sanções automáticas aos infractores. Merkel descreve este bom acordo como uma nova união orçamental, uma união de estabilidade.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, lamentou a posição britânica de recusa absoluta de alteração do acordo, e considerou as exigências de Cameron, inaceitáveis. Quanto ao acordo, uma opção jurídica será colocada por escrito o mais rapidamente possível. Sarkozy, anunciou Março como limite.
O acordo também não encheu as medidas do "senhor Europa". Durão Barroso saudou o entendimento a 17 mais seis, mas preferia que ele fosse mais alargado.
O moderado entusiasmo percebe-se do tom de voz de dois protagonistas extra desta cimeira. Mário Draghi, do Banco Central Europeu, fala de um acordo fiscal, um bom acordo para a zona euro. Um bom bloco fiscal que vai proporcionar mais estabilidade à zona euro.
Christine Lagarde considera boa a ideia de reforçar o Fundo Monetário Internacional, do lado europeu, e genericamente, considera o acordo alcançado, um bom pacote de medidas e um bom caminho.