Portugal

Empresários acreditam em aumento da competitividade

Os empresários acreditam que a redução dos dias de férias, dos feriados, e o aumento do tempo de trabalho, vão aumetar a competitividade da economia portuguesa. Já o especialista em recurso humanos, Luís Bento, alerta para os risco de fazer diminuir a assiduidade dos trabalhadores.

À TSF, Luís Bento, especialista em recurso humanos, disse estar contra a alteração da lei de 2003, que segundo ele, trouxe bons resultados.

«Esta é uma medida que na minha opinião é perfeitamente intocável porque tem tido um excelente efeito nas empresas, tem permitido diminuir significativamente o absentismo em muitos sectores de actividade, portanto é uma medida que não deveria ser mexida de forma nenhuma», considerou Luís Bento.

«Não é deixando de estimular uma redução do absentismo que vamos aumentar a competitividade porque o que vai ter como consequência, se estes três dias de férias forem suprimidos, é que vamos voltar a ter taxas de absentismo mais elevadas», alertou.

O presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, mesmo elogiando a medida, alertou para a necessidade de que outras medidas para aumentar a competitividade.

«A partir do momento em que se passou de 22 para 25 dias úteis, que são cinco semanas, as pessoas começaram a fraccionar as férias e foi uma desorganização enorme», referiu Pedro Ferraz, acrescentando que esta medida «é necessária».

Já o presidente da nova Confederação dos Serviços de Portugal, Luís Filipe Reis, que não tem assento na concertação social, admite que a medida possa trazer ganhos de competitividade.

«Representa algum ganho na competitividade das empresas e vai clarificar uma situação que estava mal resolvida, até porque esses dias eram obtidos em condições pouco claras», destacou Luís Filipe Reis.

Os sindicatos já fizeram as contas e dizem que as alterações ao Código de Trabalho significam mais um mês de trabalho, pelo mesmo salário.

Nesta equação, são incluídas, a meia hora a mais de trabalho diário, os feriados que deixam de o ser e o fim as férias bonificadas pela assiduidade.

Tudo isto, mas um aprofundamento das alterações à indemnizações por despedimento, está no menu da reunião da concertação social, esta tarde em Lisboa.