O PS e o CDS-PP na Madeira criticaram as medidas de austeridade anunciadas esta terça-feira pelo presidente do governo regional madeirense, Alberto João Jardim.
«Estou chocado e apreensivo, não podia ser de facto pior», declarou o líder socialista madeirense em conferência de imprensa. Para Victor Freitas, «hoje é o pior dia, o mais negro para autonomia da região», acrescentando que os madeirenses estão «perante uma das maiores desgraças que aconteceu à Madeira e nada se compara com isto num passado recente».
Adiantou que «tudo isto acontece porque Alberto João Jardim foi somando a dívidas atrás de dívidas, com investimentos irresponsáveis, com megalomanias que levou a uma dívida colossal de 6 mil milhões de euros».
Victor Freitas teceu duras críticas ao presidente do governo madeirense, sustentando que «é a única pessoa que não percebeu que não tem condições para continuar à frente dos destinos da região».
O líder do PS-Madeira referiu que «o caminho poderia ter sido outro» e o plano de resgate «mais benéfico» se o governo madeirense tivesse considerado a possibilidade de criação de um «lobby regional» sugerida pelos socialistas insulares.
Victor Freitas sublinhou que o cenário agora colocado demonstra que os Governos Regional e da República são «irresponsáveis», argumentando que «ou não conhecem a realidade, a economia e poder de compra na Madeira ou não percebem que estas medidas vão destruir a economia da região e lançar milhares de madeirenses no desemprego».
Por isso, apelou aos madeirenses para que reflictam nas promessas eleitorais não cumpridas feitas por Jardim e «se querem continuar com este Governo Regional do PSD, sem autonomia e com um Governo da República que não é solidário».
Por seu lado, o líder do CDS/PP-Madeira afirmou que Jardim assinou «a certidão de óbito da sua governação da última década e subscreveu o sequestro da Autonomia por muitos anos».
Para José Manuel Rodrigues, «a Governação do PSD conduziu a Madeira à falência e a um estado de extrema necessidade que tem agora consequências gravosas num aumento brutal de impostos e do custo de vida, que levará a mais recessão económica e a mais desemprego».
«Esta carta de intenções é também o resultado da incompetência do Governo Regional do PSD para negociar com o Estado e para apresentar uma redução da despesa pública que permitisse não subir os impostos para os níveis agora decididos», referiu, em conferência de imprensa.
José Manuel Rodrigues salientou que «se o Governo Regional cortasse no despesismo, no desperdício e nas fantasias do desporto, no Jornal da Madeira, nas verbas aos partidos, nas 187 entidades públicas e em obras sem qualquer utilidade era evitável este aumento brutal de impostos, taxas e contribuições».
Lembrou ainda que o Presidente do Governo Regional do PSD prometeu, antes e depois das eleições de 9 de Outubro, que «não haveria aumento de impostos».
José Manuel Rodrigues considerou que no plano financeiro da região «o Governo Regional do PSD mostrou-se incapaz de Governar e, agora, mostrou-se incapaz de negociar com o Estado».
O líder do CDS/PP-Madeira defendeu, por isso, a necessidade de construção de uma alternativa que disse passar «por um novo modelo de governação, por um Programa de Recuperação dos Sectores Produtivos, e em particular do Turismo e por um novo regime fiscal mais favorável para o Centro Internacional de Negócios da Madeira».
«Esta carta de intenções vem reforçar a absoluta necessidade de o Governo da República reabrir as negociações com a União Europeia para um melhor regime para a Praça Financeira que possibilite a atracção de empresas e de capital, possa criar emprego, e gerar riqueza», observou.
«Perante a gravidade deste Plano de Assistência Financeira, o CDS propõe que o Governo Regional vá com urgência ao Parlamento, prestar esclarecimentos sobre as medidas agora anunciadas», concluiu.
O plano de assistência financeira visa solucionar a dívida pública regional no valor de 6,3 mil milhões de euros.