O líder parlamentar do PS olha para o plano de poupanças do Estado nas Tecnologias de Informação como um seguimento natural do Plano Tecnológico dos governos de José Sócrates.
O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, pretende cortar 500 milhões de euros numa factura que em 2010 andou perto dos 900 milhões de euros.
Sobre a dimensão desta poupança, Carlos Zorrinho, que foi o coordenador do Plano Tecnológico e mais tarde secretário de Estado com a tutela do programa emblema da governação socialista, mostrou-se cauteloso em relação à viabilidade das intenções do actual Executivo.
Apesar de pretender uma «análise mais detalhada» sobre o assunto, Carlos Zorrinho encarou a redução como «um pouco excessiva».
«Há muito que se pode fazer no acesso e grande parte das dificuldades dos custos do funcionamento da administração são custos de acesso», disse, acrescentando que uma primeira tentação seria «reduzir o acesso, o que é inaceitável», sendo a segunda alternativa «criar formas de acesso menos dispendiosas».
Carlos Zorrinho considerou positivo que se recupere um dos objectivos essenciais da agenda digital. Trata-se, congratulou-se, de «uma componente do Plano Tecnológico, uma componente da Região Digital 2015 que está a ser retomada».
«Sou crítico da actuação do Governo, mas todos devemos quando há um sinal em sentido positivo de o incentivar, porque o interesse nacional deve estar em primeiro lugar», rematou.