O PCP avisa que nem a força da lei pode impedir os trabalhadores de reconquistar os direitos que, dizem os comunistas, perderam com o acordo de concertação social.
Num encontro sobre a forma como as condições do empréstimo externo a Portugal estão a afectar as mulheres, intitulado «Em defesa dos direitos das mulheres, rejeitar o pacto de agressão», Jerónimo de Sousa disse que o documento assinado em concertação social não é um acordo.
O secretário-geral preferiu falar numa «farsa» ao referir-se ao «acordo dito de concertação social».
O comunista avisou os signatários do mesmo que não pensem que se chega ao fim da linha quando o acordo for transformado em lei.
«Os direitos hoje ameaçados foram conquistados pela obra e pela luta dos próprios trabalhadores e não pelo legislador que não criou nada e apenas reconheceu uma realidade. Com lei, sem lei ou mesmo contra a lei, os trabalhadores vão defender esses direitos. Mesmo que se percam momentaneamente, acabarão por recuperá-los com a sua luta, acção e intervenção», disse.
Perante uma plateia sobretudo feminina, Jerónimo de Sousa lançou um apelo para a participação na manifestação de 11 de Fevereiro da CGTP-IN.
«No dia 11 de Fevereiro manifestem o vosso descontentamento, façam valer as vossas justas aspirações. Temos de estar lá para que o Terreiro do Paço se transforme nesse dia no terreiro de luta contra a exploração e as injustiças», apelou.
Jerónimo de Sousa quer ver a rua a derrotar uma política que classifica de hipócrita, propagandista e caritativa.