Os trabalhadores vão marcar presença na Assembleia da República a 2 de Fevereiro e no dia 3, do mesmo mês, vão manifestar-se nas ruas de Viana do Castelo. As iniciativas foram aprovadas hoje em plenário e tem como objectivo defender a manutenção da empresa e dos postos de trabalho.
O porta-voz da comissão de trabalhadores, António Barbosa, explicou à TSF que há uma crescente preocupação entre os funcionários dos estaleiros perante o atraso no cumprimento de um contrato celebrado com a Venezuela para a construção de dois navios.
«No dia 8 de Fevereiro, faz um ano que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo firmaram um contrato com a PDVSA, o cliente que nos encomenda os navios asfalteiros, portanto, já passou quase um ano. Nós, neste momento, se não tivessem provocado ou promovido atrasos, neste momento já estaríamos a trabalhar em pleno», revelou.
«Essas duas construções davam trabalho para três anos. Veja quanto trabalho nós temos para fazer, mas a realidade é que temos encomendas, temos trabalho para realizar e não conseguimos avançar», disse.
De acordo com António Barbosa, a Venezuela já pagou a primeira tranche deste contrato, cerca de 13 milhões de euros, uma verba que não foi gasta na compra do aço necessário à construção, mas no pagamento de salários e outros compromissos.
António Barbosa considerou, no entanto, que a difícil situação financeira em que a empresa se encontra não deveria impedir o cumprimento do contrato com a empresa venezuelana.
«O avanço na construção dos dois navios asfalteiros para a PDVSA venezuelana não podem nem devem estar dependentes de todo o processo negocial, que a Emprodef, o Governo e o Ministério da Defesa estão a fazer com potenciais parceiros e também com entidades financeiras no sentido de criar a viabilização financeira indispensável para o futuro da empresa», defendeu.
No dia 2 de Fevereiro, este assunto sobe à discussão no Parlamento por iniciativa do PCP. Uma sessão que contará com a presença de dezenas de trabalhadores dos estaleiros de Viana.