O recém-eleito secretário-geral da CGTP desvalorizou as abstenções na votação que lhe atribuiu o cargo à frente da Intersindical e justificou que a central «é uma organização plural».
«Parece que estamos a fazer desta votação uma votação em torno de uma pessoa e isto não é um projeto individual, é um projeto coletivo que tem um Conselho Nacional, que tem uma Comissão Executiva e dentro [deste órgão] aparece um secretário-geral que apenas e só tem de coordenar o trabalho coletivo, não é órgão e isto não se pode individualizar, tem de ser visto numa perspetiva coletiva», afirmou Arménio Carlos.
Ao fim de quase três horas de reunião do novo Conselho Nacional, eleito na sexta-feira à noite no XII Congresso da CGTP, Arménio Carlos foi designado esta madrugada o novo secretário-geral da central sindical para o próximo quadriénio com 113 votos a favor e 28 brancos, sucedendo assim a Manuel Carvalho da Silva, que abandona o cargo por uma questão de idade.
Quanto às abstenções, o novo dirigente diz-se confortável e que tal «só demonstra que dentro da CGTP há diversas formas de pensar, de agir e de votar, isso é natural».
«Não houve votos contra, houve abstenções e não há problema nenhum, isso até é um desafio», enfatizou.
O responsável afirmou ainda que «a CGTP é uma organização plural, tem várias opiniões e elas manifestam-se» e reforçou que «este projeto da CGTP vale sobretudo pelo sou todo», garantindo que a central «continuará nessa linha».
Arménio Carlos, 56 anos, substitui Manuel Carvalho da Silva, mas sem a perspetiva de uma liderança tão longa: a manter-se a regra da idade, não poderá cumprir mais de dois mandatos, num total de oito anos.
[Texto escrito conforme o novo Acordo Ortográfico]