O crescimento do desemprego «terá de desacelerar» no segundo semestre do ano para se cumprir a previsão do Governo, afirmou hoje o primeiro-ministro, embora considere que os números do desemprego não vão colocar em causa as previsões para o crescimento da economia.
«Não há nenhum elemento nesta altura que indique que o agravamento cíclico do desemprego esteja a corresponder a um agravamento tal da atividade económica que indique que os objetivos do défice interno e externo não venham a ser atingidos», afirmou Passos Coelho no Parlamento, durante o debate quinzenal.
O primeiro-ministro afirmou que os números do desemprego «infelizmente» ainda irão crescer: «A nossa expetativa é que as transformações não serão suficientes este ano para evitar o crescimento [do desemprego], mas vai ter de desacelerar no segundo semestre para termos uma média compatível com a projeção [do Governo]», afirmou, numa resposta a uma intervenção do líder da bancada do CDS-PP, Nuno Magalhães.
Passos Coelho considerou que o desemprego é «uma chaga social» e que «nenhum Governo se conforma» com esse problema.
«Mas há Governos que entendem que se resolve deitando dinheiro para cima das empresas, dando subsídios às empresas para se manterem a funcionar artificialmente sem pagarem o que devem, provocando a erosão dos impostos no futuro», acrescentou.
Depois, disse, há «outros Governos», como aquele que lidera, que «entendem que é preciso que o Estado gaste menos para que as empresas tenham mais recursos», que «o Estado simplifique o interface com a atividade económica para fomentar a iniciativa», que se «acelerem as falências» de empresas não viáveis e se criem mecanismos de recuperação das que são viáveis.
«Estaremos em condições de reduzir estruturalmente o desemprego quando a receita socialista deixar de toldar a mente dos governantes», afirmou
«Foi por empurrar com a barriga e por sermos demasiado facilitadores que chegamos a esta situação», acrescentou.