Portugal

Seguro acusa Governo de estar a falhar na reforma do poder local

António José Seguro Direitos Reservados

António José Seguro acusou, este sábado, o Governo de estar a falhar na reforma do poder local. Para o socialista, essa reforma está a ser feita contra as populações.

No discurso de encerramento da convenção do PS de Lisboa, o líder socialista reclamou para o partido o lugar vanguardista em todas as reformas administrativas que se fizeram desde 1974 e, por isso, pediu ao Governo que, no processo que tem em curso, ponha os olhos no exemplo do autarca de Lisboa.

«António Costa não precisou de nenhum memorando da troika para perceber e sentir que havia uma melhoria na qualidade da prestação dos serviços aos cidadãos de Lisboa se ele racionalizasse as freguesias do modo como o fez», disse.

O secretário-geral do maior partido da oposição entende que António Costa e Joaquim Raposo, da autarquia de Amadora, souberam envolver todos os atores locais na reforma, o que o leva a concluir que este Governo está a fazer tudo mal, porque quer «impor» a sua própria conceção do que deve ser a reorganização administrativa», apenas através de «simples critérios quantitativos».

O PS quer esta reforma administrativa, mas não da forma como está a ser feita, a começar pelo método utilizado.

António José Seguro vincou que em Lisboa e na Amadora há vontade política e vontade de reformar e de reorganizar, porque as duas autarquias olharam para as pessoas e preocuparam-se em fazer reformas que resolvessem «problemas concretos». Para Seguro, fazer política assim faz toda a diferença.

No discurso de encerramento de um debate interno centrado precisamente na reforma administrativa na área metropolitana de Lisboa, o líder do PS aproveitou para acusar o Governo de Passos Coelho de ser o mais centralista e com menos sensibilidade.

No final, questionado pelos jornalistas sobre se o discurso que proferiu serviu para se aproximar de António Costa, já que têm havido divergências entre os dois socialistas, Seguro respondeu que é um homem que pensa no futuro e fez aquilo que sentia e aquilo que era a sua responsabilidade à luz das dificuldades que o país enfrenta neste momento e da forma como o país precisa do PS.