A oposição critica Vitor Gaspar que confirmou o agravamento da recessão. O PS sublinha as «péssimas notícias», o PCP adivinha novas medidas de austeridade e o BE fala em «desnorte».
A oposição não encontra motivos para alegrias na luz verde que a 'troika' deu para a libertação de uma nova tranche de ajuda a Portugal e muito menos nos indicadores económicos revistos em baixa pelo ministro das Finanças.
O ministro das Finanças, Victor Gaspar, confirmou uma agravamento da recessão e um aumento do desemprego até aos 14,5 por cento.
Carlos Zorrinho, o líder parlamentar do PS, tira desde logo uma conclusão.
«O ministro de Estado e das Finanças deu hoje aos portugueses uma péssima notícia. Portugal regista 13,4 por cento de desemprego, há 1,2 milhões de portugueses à procura de encontrar uma atividade e o ministro das Finanças veio dizer que até ao início de 2013 o desemprego vai aumentar mais quase um por cento, podendo atingir 14,5 por cento», afirmou.
Apesar destes pontos, o líder parlamentar do PS também admite aspectos positivos como «o facto da 'troika' ter acedido à sugestão do PS de aumentar o financiamento das PME's», assim como «as dívidas da saúde terem a possibilidade «de ser pagas com base no excedente decorrente da integração do fundo de pensões».
Bernardino Soares, líder da bancada do PCP, adivinha mais sacrifícios depois do ministro ter anunciado um Orçamento Retificativo.
«Penso que o ministro acabou por anunciar implicitamente novas medidas de austeridade, porque ao anunciar um novo orçamento retificativo, com inscrição de nova despesa, anunciando ao mesmo tempo que se mantêm os objetivos do défice», adiantou.
Para o Bloco de Esquerda, pela voz do deputado Pedro Filipe Soares, o Governo dá «sinais de desnorte».
«Este ministro das Finanças está fora de qualquer contacto com a realidade, porque diz-nos que Portugal está no bom caminho quando nos diz que vamos ficar mais pobres que o previsto, quando o desemprego vai atingir mais dezenas de milhares de portugueses», afirmou o deputado bloquista.
Nota positiva nestas reações recolhidas pela TSF no Parlamento só mesmo a do CDS-PP.
«O CDS regista que esta é a terceira avaliação e a terceira avaliação positiva», salientou o porta-voz do CDS-PP e vice-presidente da bancada parlamentar do partido João Almeida, em declarações aos jornalistas no Parlamento.