Vida

Netanyahu condena «crime desprezível» contra escola judaica de Toulouse

Israel liderou hoje a condenação internacional do ataque contra uma escola judaica de Toulouse que fez quatro mortos, três deles crianças, qualificado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de «crime desprezível».

As crianças, de três, seis e dez anos, e um professor de religião de 30 anos, foram mortos a tiro à entrada da escola Ozar Hatorah, em Toulouse (sul), por um desconhecido que fugiu do local numa motorizada.

«Em França houve hoje um assassínio desprezível de judeus, incluindo crianças pequenas», disse Netanyahu numa reunião do seu partido, o Likud.

«É muito cedo para determinar com exatidão o contexto desse ato assassino, mas certamente não podemos excluir a hipótese de ter sido motivado por um antissemitismo violento e assassino», disse.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Avigdor Lieberman, afirmou num comunicado ter ficado «profundamente chocado» com o ataque, considerando que alguém «demoniacamente mau pode cometer o terrível assassínio de crianças pequenas numa escola».

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, condenou o «crime odioso» e manifestou o seu «horror que inspira tal violência cega», sublinhando que «nada é mais intolerável que o assassínio de crianças inocentes».

Os Estados Unidos reagiram através do embaixador em Paris, Charles Rivkin, que condenou «com firmeza os assassínios» de hoje e da semana passada em Toulouse e Montauban.

«Em nome do povo americano, quero estender as minhas sentidas condolências às famílias e a todos os próximos das vítimas», disse o embaixador.

O Vaticano condenou este «ato horrífico e odioso», cometido na sequência de outros casos de «violência sem sentido» em França.

Na Bélgica, o primeiro-ministro, Elio di Rupo, disse ter sabido do ataque «com horror e indignação».

Na Alemanha, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, disse-se «profundamente chocado» com a «terrível tragédia» e acrescentou que «o antissemitismo e a violência contra os judeus não têm lugar na Europa e devem ser severamente punidos».

O adulto morto no ataque de hoje foi identificado por um familiar como Jonathan Sandler, um israelita que se mudou para França em 2011. Duas das crianças mortas, de três e seis anos, eram seus filhos, segundo a imprensa israelita.

O tiroteio levou hoje à suspensão da campanha para as presidenciais de França e os dois principais candidatos - o presidente Nicolas Sarkozy e o socialista François Hollande - deslocaram-se ao local.

Nicolas Sarkozy qualificou o ataque de «tragédia nacional» e prometeu que «será feito absolutamente tudo para encontrar o assassino».

«No território da república, não se assassinam assim crianças sem pagar as consequências (...) hoje é um dia de tragédia nacional», disse.

François Hollande apelou para uma «resposta comum e firme de toda a República» face a ataques antissemitas.

A candidata do principal partido de extrema-direita, Marine Le Pen, que as sondagens apontam para que venha a ser a terceira mais votada, também condenou um «tiroteio criminoso» e pediu «aos poderes públicos para tudo fazerem para impedir um novo drama».

Redação