A direção do Grupo Parlamentar do PS decidiu mostrar «cartão amarelo» à deputada independente Isabel Moreira por ter furado a disciplina de voto na proposta do Governo de revisão do Código de Trabalho, advertindo-a pela sua conduta.
Ao final da tarde, desta terça-feira, houve uma reunião da bancada socialista e do encontro saiu a decisão da liderança de não aplicar qualquer sanção, apenas fazer uma advertência a Isabel Moreira.
A deputada independente eleita nas listas do PS já tinha furado a disciplina de voto aquando da votação do Orçamento de Estado para 2012 e, na passada sexta-feira, recusou novamente seguir a orientação da direção socialista, votando contra o diploma do governo de revisão das leis laborais.
Agora, a direção do grupo parlamentar transmitiu à deputada que a quebra da disciplina de voto constitui um comportamento inadequado e que a sua reicidência significa a quebra da sua relação de lealdade com o grupo parlamentar do PS.
Contactada pela TSF, Isabel Moreira não quis fazer comentários a esta decisão, sublinhando que até agora nunca foi ouvida pela direção do grupo parlamentar e que seguiu toda esta questão pela imprensa.
«Como amanhã há uma reunião do grupo parlamentar na qual vai estar presente o secretário-geral, vou aguardar por esse momento em que umas pessoas vão estar com as outras», explicou esta deputada, que admite depois prestar algumas declarações.
Isabel Moreira confirmou ainda que não está a pensar em abandonar a bancada parlamentar do PS e lembrou o exemplo do atual secretário-geral do partido.
«Quando era deputado na anterior legislatura, invocando a sua consciência, votou contra leis importantíssimas, como a lei do financiamento dos partidos e o Tratado de Lisboa, e nada lhe aconteceu», explicou.
No entanto, o líder da bancada parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, desmentiu, na SIC Notícias, a versãode que a deputada não foi ouvida, assegurando que o partido conversou com a deputada logo a seguir à primeira violação da disciplina de voto.
«Tive oportunidade de ter uma primeira conversa com ela e nada transpirou e não vai transpirar aqui. Fez uma segunda vez e decidimols dizer-lhe que esse não é um comportamento adequado e que uma reincidência será um sinal de não lealdade com o grupo parlamentar», adiantou.