O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, declarou hoje que o Parlamento Europeu (PE) ficou mais pobre com a morte do eurodeputado Miguel Portas, do Bloco de Esquerda, que faleceu na terça-feira na Bélgica.
«Era alguém com grandes convicções, alguém que numa perspetiva ideológica própria defendia a Europa. Foi assim que o conheci, tive em vários debates com ele. Recordo-me do gosto que ele tinha pela política, pelo debate político», disse Barroso aos jornalistas portugueses em Bruxelas, à margem da apresentação de um livro sobre os 10 anos de independência de Timor-Leste.
O presidente do executivo comunitário lembrou «algumas reuniões» com o bloquista «marcadas por um espírito de debate mas também de paixão» pela Europa.
Miguel Portas, que foi também um dos fundadores do Bloco de Esquerda, morreu na terça-feira à tarde, aos 53 anos, no Hospital ZNA Middelheim, em Antuérpia, vítima de cancro.
Em 2004, tornou-se o primeiro deputado a ser eleito pelo Bloco para o Parlamento Europeu, onde trabalhava até agora, integrado no Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL), a sexta maior família política da assembleia europeia, na qual Portugal é o terceiro país mais representado (a seguir a Alemanha e França), com dois deputados do Bloco e outros tantos do PCP.