O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, disse hoje que o prazo de cinco anos para suspensão dos dois feriados religiosos «foi a vontade da Santa Sé», rejeitando comparações com o corte dos subsídios.
A chegada para um jantar com empresários portugueses e espanhóis, promovido pela CIP (Confederação Empresarial de Portugal) e pela CEOE (Confederação Espanhola de Organizações Empresariais), o ministro foi questionado sobre a notícia, hoje confirmada pelo Governo, de que a partir de 2013 ficam suspensos durante cinco anos os feriados do Corpo de Deus e o Dia de Todos os Santos.
Questionado sobre a razão de a suspensão ser por cinco anos e se este era um cenário similar ao dos cortes dos subsídios de férias e de Natal - cuja reposição o Governo anunciou que será feita de forma gradual entre 2015 e 2018 -, o ministro foi perentório:
«Não tem nada a ver uma questão com a outra. Rigorosamente nada. Foi uma questão das negociações com a Santa Sé, em que foi estabelecido que dentro de cinco anos se irá revisitar esta questão, só isso», afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas sobre a razão do prazo de cinco anos, Álvaro Santos Pereira disse apenas que essa «foi a vontade da Santa Sé».
Interrogado sobre os impactos desta eliminação na economia portuguesa, o ministro respondeu que «os parceiros sociais e o Governo entenderam que era importante haver esta redução do número de feriados», realçando ainda «a redução do número de pontes e a redução da majoração do número de [dias de] férias».
«A ideia é trabalharmos mais e melhor para termos um país cada vez mais a produzir riqueza, um país cada vez mais a criar emprego e certamente um país mais competitivo», respondeu.
Sobre a questão da quantificação, em termos económicos, desta redução, o governante disse apenas que poderia fazer chegar «vários estudos que apontam os efeitos que tem na atividade económica», não especificando, no entanto, quais são esses valores.